PM leva a discussão sobre violência contra mulher para ambiente escolar


Esta quarta-feira (8) foi marcada por uma ação de conscientização sobre a violência contra a mulher. No mesmo dia em a publicação da lei Maria da Penha completa 12 anos e cinco meses do lançamento do programa Rede Catarina de Proteção à Mulher em Lages, a Polícia Militar leva o assunto para a discussão entre jovens e adolescentes do Cedup Industrial.

Depois de mostrar a rotina de trabalho da equipe policial e de todos os outros órgãos envolvidos no atendimento a essas vítimas, dados sobre violência doméstica foram apresentados aos estudantes. Lages, que já esteve na décima sétima posição nacional como o município com maior índice de violência contra a mulher, ainda está entre as mais violentas em Santa Catarina. Atualmente, ocupa o quarto lugar.

A busca em transformar essa realidade é meta de muitos órgãos e instituições, tanto que existe um esforço coletivo da PM, Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Uniplac, poder judiciário, Ministério Público, secretarias municipais de apoio a Mulher e Assistência Social na realização de um trabalho diário de atenção às vitimas.

 A atividade no Cedup Industrial é mais uma das ações que visam conscientizar sobre a mudança de comportamento. Coordenador da Rede Catarina em Lages, sargento José Valdir Goedert reforça que é preciso trazer para discussão essa temática e em todos os ambientes. 

“Com muita frequência, nos deparamos com crianças e jovens que veem suas mães sofrerem violência. A maioria pensa que isso é normal e ocorre com todo mundo. Elas ficam assustadas ao saber que isso é crime. Por acharem comum, acabam reproduzindo nas escolas, depois nos relacionamentos e a violência vai só se perpetuando”.

Jovens querem participar
A estudante Jéssica Vargas está no segundo ano do ensino médio. Para ela, mesmo as mulheres tendo mais acesso à informação e consciência dos seus direitos, o medo de denunciar e buscar ajuda ainda prevalece. “É importante que todos saibam que existem pessoas que podem auxiliar e amparar essas vítimas. O movimento pode começar por nós mesmo. Quem sabe dentro da escola”, sugere.

Contra qualquer tipo de violência, Daniel Freitas Varela acredita que cada um pode fazer sua parte e que o caminho é o respeito entre homens e mulheres. “Todo mundo conhece ou sabe de algum fato envolvendo esse tipo de violência. A maioria das mulheres não tem coragem para tentar resolver a situação. Encontros como este feito na nossa escola pode ajudar muita gente porque foi esclarecedor”, avalia.

Sobre a Rede Catarina
É um programa institucional da Polícia Militar de Santa Catarina direcionado à prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher. Ele está pautado na filosofia de polícia de proximidade e busca conferir maior efetividade e celeridade as ações de proteção à mulher. O programa sustenta-se em ações de proteção, no policiamento direcionado da Patrulha Maria da Penha e na disseminação de solução tecnológica.

Na Rede Catarina o trabalho de gestão de segurança preventiva é realizado em tempo real, com visita preventiva às vítimas e aos agressores, fiscalização de medidas protetivas de urgência expedidas pelo judiciário, chamadas feitas pelo número 190 e por meio das redes de apoio.

Em Lages, por meio da Rede Catarina, foram realizadas 266 visitas preventivas, com 180 vítimas atendidas, 35 agressores visitados e 23 procedimentos lavrados.

Texto e fotos: Catarinas Comunicação

Comentários

Postagens mais visitadas